A REALIDADE LOCAL
Salvador​
Em 2023, a Prefeitura de Salvador realizou um censo para contabilizar o número de pessoas em situação de rua na cidade e nas ilhas. Os dados do censo apontaram que 5.130 pessoas estavam nessa condição
Dados do censo Gênero
77% homens, 975 mulheres, 103 pessoas trans ou travestis
Raça
93% negras
Identificação étnica
33 pessoas indígenas, 15 pessoas amarelas
A pesquisa também identificou alguns motivos que levam as pessoas a estarem em situação de rua, entre eles: Busca por sustento (28,3%), Maus tratos na família (26%), Uso de substâncias psicoativas (10,3%), Ficar desabrigado (9,1%), Morte de algum familiar (3,6%).
A prefeitura de Salvador lançou um conjunto de ações para atender a população em situação de rua, incluindo: 10 unidades de acolhimento e tratamento, Aumento do valor do Auxílio Moradia.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que os municípios brasileiros apresentem um diagnóstico sobre a situação em 120 dias
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Na Bahia, foram contabilizados 11.725 pessoas em situação de rua, sendo 55,89% em Salvador (6.553).
Em levantamento realizado em abril de 2023, há cerca de 16 meses, a Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate a Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) contabilizou um total de 6.553 pessoas em situação de rua na capital baiana, considerando o continente e as ilhas. No entanto, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) realizou, em julho do mesmo ano, um outro levantamento em que são contabilizadas 7.852 pessoas em situação de rua em Salvador.
Os dados nacionais são cerca de 19,82% maior que os obtidos pela prefeitura. A diferença entre ambas as pesquisas chama atenção pelo contingente de pessoas “apagadas” nos registros municipais: 1.299.
Além do censo, foi gerado um mapeamento de das áreas em que esta população se concentra, a exemplo dos bairros de Itapuã, Centro, Liberdade e Subúrbio. Já o MDHC, que contabilizou dados de todo o país, registra os números por município, sem descriminação de localidade ou bairros.
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Perfil da população
Ambos os levantamentos, por sua vez, geram um perfil aproximado dessa população, utilizando critérios como idade, cor/raça e identificação de gênero. O registro nacional aponta que 87,49% desta população é formada por homens, e estão na faixa etária de 40 a 49 anos. Entre pardos (50,64%) e pretos (17,82%), cerca de 68,26% dessa população é negra. Com relação às pessoas com deficiência, elas são 13,91% do contingente total da população de rua.
Com relação às motivações para a vida na rua, o censo do MDHC aponta que a maioria das pessoas em situação de vulnerabilidade passou a ocupar as ruas devido a problemas familiares (44%) ou desemprego (38%). O vício em bebida alcoólica ou outras drogas aparece em terceiro lugar (28%). Apenas 6,98% das pessoas em situação de rua vive com a família nestas condições.
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O que a psicologia diz?
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A psicóloga Irana Silva explicou os fatores que podem
levar uma pessoa a viver em situação de rua.
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"Alguns fatores levam a pessoa a estar em situação de rua. A situação de rua é um reflexo de uma rede de fatores interligados, onde a vulnerabilidade econômica, social e de saúde se combinam com a falta de apoio e proteção adequados.
Na experiência com esse publico, percebi que problemas de saúde emocional foi um fator fortissimo para boa parte das pessoas em situação de ria em Salvador. Algumas delas com transtornos mentais como depressão severa, esquizofrenia são fatores que surgiam como demanda.
Porém, em sua grande maioria, são indivíduos com uso abusivo de substâncias psicoativas, ou seja, as drogas. A dependência do álcool e drogas pode afetar as habilidades profissionais e sociais das pessoas, dificultando sua integração no mercado de trabalho e contexto social. Algumas delas se sentem envergonhadas com sua situação de drogadição e saem de casa, enquanto outras a própria família não suporta mais.” disse Irana Silva
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Assistente Social de comunidade Cristiane Moura, abordou a reinserção das pessoas em situação de rua na sociedade, destacando o impacto positivo dos programas socioassistenciais no processo de tratamento e como isso é fundamental para cada individuo.
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Confira na íntegra a entrevista com Cristiane Moura:
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